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11/03/2011 - Night

Sempre chove quando vou de moto ao trabalho.


Chegar em casa ontem foi o cúmulo. Chuva em POA e eu de moto no centro. Comprei uma capa de
chuva por 5,00 na frente do Mercado Publico para tentar ajudar. Pelo preço eu já imaginei que
teriam a qualidade de sacolas de supermercado do Nacional grudadas. Passei perto: eram do zafari (transparentes).
Me enrolei naquela coisa, já rasgando pedaços na tentativa. E me fui para o ap da minha vó. Lugar onde, diga-se de passagem,
estou levando uma vida junkie, já que estou a semana sozinho por lá. Já imagino um pouco como será morar sozinho.

Enfim, a cada parada de sinaleira, a agua escorria pelas minhas pernas. Já que a capa acabava no joelho. Mas estou
exagerando. Ela ajudou, do joelho pra cima eu estava seco. Meus pobres tenis reclamaram da injustiça, mas parei de ouvir meus pés
desde a época em que fui para o quartel.

Chegando em casa, a capa já foi para o lixo, se esmigalhou quando tentei tirá-la. Queria um banho mas precisava descer ao apartamento
do meu tio-avô para ajustar o roteador wireless na internet dele e a liberar para meu notebook no andar de cima.

Coisa simples, na teoria. Mas a teoria é sempre bela e utópica. A realidade é cruel.

Passei mais de uma hora tentando, tudo dava certo no início mas ao salvar, a internet caia sempre e eu precisava reiniciar.
Finalmente desisti. Não sou muito disso mas estava cansado, com fome e precisando de um banho, e fazer o trabalho de Arte. Talvez tivesse
tentado mais se o cheiro de pizza que eu não sabia de onde vinha fosse um pouco menos delicioso.

Ao chegar na sala e me despedir do meu meio-parente, descobri a origem do cheio. Tia Gelsi a fez e me ofereceu uma outra pizza, congelada.
Aceitei sem pensar duas vezes. Eventualmente, vendo House deitado na sala e comendo, descobri pela caixa que estava vencida a um mês e meio.
Whatever, ainda estou vivo no dia seguinte (se eu parar de postar, informem os legistas).

Subindo para o lar adotivo, acabei por baixar o livro que o professor insistiu que não poderia disponibilizar no xerox pelos direitos autorais
(felizmente ele esqueceu de avisar aos bons moços da internet), fiz meu trabalho e descobri que a wireless não roda na sala. Choraria se não fosse
meu último dia de solidão. Meus avos já devem estar de volta então me isolarei no quarto durante as noites.

Penso ainda se devo assinar internet apenas ou Net junto, ver Law & Order e House é legal, mas vale o investimento?

Por fim, peguei no sono no sofá mesmo. A barriga cheia de pizza vencida e a cabeça no último mistério que o Médico sinico e genial, que passei a me
interessar não fazem dois meses, estava resolvendo. Fui acordado ainda pelas 23:30 pela gatinha, querendo saber como eu estava após chuva e trabalho.
Eu ia ligar para ela mais tarde, conexão de pensamentos é lindo. Após uma boa conversa desliguei sentindo saudades e vi o resto de Scrubs (House havia terminado).
Pulei o banho e fui dormir. Bem porco e bem cansado.

Arrivederci
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11/03/2011

Com quantas mulas se abre uma imobiliária?


Odeio imobiliarias. Odeio do fundo do meu coração. Elas querem receber por acaso?

Pensem comigo: não abrindo no horário de almoço e nem aos sabados. Como alguem empregado (e assume-se que eles queiram alugar para pessoas que ganhem dinheiro) pode ver o apartamento ou ao menos ter tempo para FALAR com eles? E pra piorar, mesmo vendo e adorando o apartamento, eles não dão preferência, não reservam, se não tiver metade da papelada já pronta. E o que dizer da comunicação. Eu mando e-mail perguntando 6 coisas, me respondem duas.

Fico com a impressão que é uma selva. Que vença (ou melhor: alugue) o melhor, o mais rapido. Preciso, portanto, preencher papelada e autentificar cópias de coisas em Lajeado, a 120 km de POA, no final de semana para segunda feira ter sorte de ser o primeiro interessado a chegar lá e entregar tudo. Lucky me.

Mas a vida é uma correria. Vamos, então, correr.
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10/03/2011 Revisited

"As it turned out, it was nothing much"



Eu atrapalhei o sono e isso, com razão, a irritou. Eu cheguei a cogitar essa hipotese? Parece simples demais para eu te-lo feito.

Basicamente a cabeça se encontra mais leve do que nunca. Não compreendo como consigo pensar em tudo menos no obvio. Sigo afirmando que me falta tanto. Ela apenas queria dormir.

Dormir. Vontade natural do ser humano.
Irritar. Habilidade natural minha.

E mudando de saco pra mala: achei o meu ap. Depois de morar em lajeado, morar no quartel, morar com a namorada na Guilherme Alves, frente ao Bourbon Ipiranga, morar com a ex na Vicente da Fontoura, esquina do Zafari Ipiranga, morar com os avos no Moinhos de Vento/Felix da Cunha. Agora, meu proximo destino é a Duque de Caxias: centro.

É a uma quadra da namorada, mas não é tudo. É grande, é bem localizado, posso pagar ajudando minha mãe.

Vai valer a pena, sei que vai.
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10/03/2011

"Quanto mais o tempo passa, mais percebo como é dificil superar inseguranças."


Já tive três aulas. Português, que irá se resumir e ler e escrever (acho justo); Comunicação e Arte, cadeira a distância em que precisarei entregar pela internet um trabalho por semana (e já estou devidamente atrasado essa semana); e Iniciação ao Conhecimento Ciêntifico, que parecia alienigena para mim até entender que, basicamente, aprenderei as bases que formam um conhecimento (cientifico). Complicado? Não. Toda verdade veio de estudo, via observação e testes. É isso que aprenderei.

Falta uma cadeira cujo nome não me recordo. No geral sei que vou gostar. Estou
confortavel nesse curso como nunca estive.

E na vida? As melhores férias que já tive acabaram. Foram desgastantes (sss). Mas tudo no bom sentido. Trabalhei integral e namorei no tempo restante. Terminei um jogo no pouco tempo livre e se pudesse ter transformado esse tempo em mais extra de namoro, o faria.

Agora com as aulas, viria a realidade. Mas preciso esperar. Encontrar um apartamento. E é complicado. Acho que hoje é o grande dia, de bater o martelo. Aposto todas as minhas fichas no que verei hoje. Wish me luck.

E a parte psicologica. Tudo esta indo incrivelmente natural. Mas há pontos que preciso aprender: se, como para toda comprovação de verdade, é preciso ser um bom observador, analisador e prático, preciso levar isso pra vida.

Explico: na medida em que não fixo que estou namorando com alguem muito mais maduro e completo do que jamais fui, continuarei tendo esses momentos de incerteza, como que perdido no vazio, sem conseguir construir a ponte de saida. Tudo isso mentalmente, lógico. Mas preciso ter mente que tudo tem um motivo. Humores não mudam por simples alteração de vento.

Por quê é tão sufocante em mim essa busca por perfeição. Me sinto demais conectado ao filme "Cisne Negro" (2011). Doi errar, mesmo após uma noite de risada, de conversa, de (opa, cometi um erro na noite, patético como só eu poderia. Mas no fim tudo tinha acabado bem, não? NÃO? Ou será que nos segundos que cochilei eu ofendi? Acho válida a teoria, acho repugnante minha atitude, acho doloroso a incerteza)... de cochilo, mesmo após tudo isso, errei na manhã.

O que faltou? Levar para o lugar que prometi? Pode ter sido a causa da frustração, da raiva. Mas não fiz por mal, estava disposto a levá-la, mas ficou decidido na noite anterior que o fariamos sabado.
Ou fiz parecer que não quero mais a companhia? Que ela seria um atraso? Explicaria também. Estamos falando de uma menina, com M maiusculo, ainda que mais forte e confiante do que eu consigo alcançar. Mas ainda assim, menina. Fiz parecer que seria um atraso? Só queria que ela descansasse.

Ou não é nada? Ela não diria, não na hora. Talvez apenas tenha se incomodado com minha insitência. Talvez fosse o contrário mesmo, queria dormir, descansar, e eu a estava mandando embora.

Não, não foi isso, ela reclamou que nem sabia onde estava. Ela queria calma, companhia para chegar em casa. Coisa que não podia fazer lógo pois devia estar na aula.

Queria saber o que fiz. Ainda estou em um nível de imaturidade (mental) em que, na dúvida, estou errado. BEM errado. Sonho com o dia em que possa ter dúvida, com o dia em que, fiz o certo e a causa de descontentamento seja, realmente, apenas coisas do vento. Até lá, passo a manhã me remoendo. Torcendo para ver um sorriso na tarde. Torcendo para não ter errado feio. Torcendo para não ter errado at all.

Vale tanta tortura mental? Vale, sempre valerá. Amo, como nunca. Apenas despejo o desnecessário aqui. Os pensamentos que não vale a pena serem discutidos. Coisas que podem, muito bem, ser nada, e sumirem tão rapido surgiram.

Em nome de meu próprio crescimento. Sigo tentando.

Tentativa e erro. Como aprendi na aula ontem, fazem uma verdade. A verdade que procuro é a perfeição. Se é utópica, como o comunismo que tambem conversei ontem, mas a noite na cama, não sei dizer. Mas a busca me faz feliz. Para encontrá-la: tentativa e erro. Investindo em acertos. Eliminando os erros.

Conseguirei. Sou lindo, esperto e capaz.

Arrivederci
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700 anos

Eles se reencontravam, finalmente, após 700 anos.

As mudanças eram tão grandes e tão aparentes que o único fator que os faziam se reconhecer era o seus olhos. Pois não importa o quanto alguem suba ou caia, os olhos são proibidos de mudar.

O momento não foi planejado por eles. Entretando, também não poderia ter sido evitado. Era profetizado, era inevitável, era a hora.

Não haveriam diálogos nem discussões. Não estavam ali para isso. Esses ventos havia, a muito, passado. O objetivo desse encontro era simples e direto.

Ela havia apagado seu passado. Atraves de ferro e fogo, reduziu à cinzas sua imagem e seguiu. Cada vez mais penosa, cada vez menos segura.

Já ele, por outro lado, amarrou seu passado nas costas. Limpo e claro, estava em um recomeço para algo que nunca havia terminado.

A principio confusos, eles passaram a caminhar em circulos, espada e lança à mão. O céu se tornou marrom e, antes mesmo da investida, ele se viu derrotado.

Assim como não escolheu estar ali, não pode escolher o resultado. A cor disse, a cor comanda.

E ele já estava caindo. Rápido. Com um último olhar ao topo do monte, viu ela, com a lança cravada no chão ao seu lado. Encarando-o com seus olhos brancos, ela o apavorou, quando eles começaram a mudar.

Como fumaça preenchendo uma sala, eles se tornaram vermelhos.

Ela nao tinha esse direito, e ele não esqueceria essa injustiça, essa traição à propria traição.

E ele continuou caindo, atravessou núvens e sumiu da vista dela, que permaneceu mais tempo ali encima, encarando sem pressa as núvens abaixo e, depois, o céu marrom acima.
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After the Disaster

O garoto olha horrorizado o campo. Uma lágrima cai de seu olho, seguida por várias outras. Não consegue segurá-las. Mal tem forças para secá-las. Toda sua atenção esta presa no que antes era verde e florido, um lindo colorido de pétalas e aromas agora é rochoso e triste. A fumaça cinza pairando no ar. Não há mais vida naquele lugar de harmonia. Não há mais nada.

Caindo de joelhos, ele não consegue entender totalmente o que causou aquilo. A um dia atrás tudo parecia bem. A horas atrás ele estava sentado na fonte, banhando-se do mais puro mel. E agora, com a cabeça doendo e os olhos inchados, ele apenas observa.

Atrás dele, uma silhueta passa despercebida, se aproximando, até se parar do lado do menino. Uma mão pesada pousa em seu ombro, o velho encapuzado não chora, apenas sorri com uma expressão séria.

"Nada esta perdido, dentro de você esta a vontade de seguir e reconstruir". Disse o ancião, antes de se virar e partir de volta para seu caminho.

Mas o jovem não via mais isso. Quando a última lágrima caiu do rosto, ela evaporou antes de alcançar o solo. O olho, antes azul, agora se assemelhava a um vermelho mais forte que o sangue. O sorriso no rosto era desgostoso, quase indiferente com tudo em volta. Nos pensamentos, pouca coisa se fixava. Do mais triste ao mais feliz, tudo passava rápido, lembranças começavam a virar sombra.

Não havia mais tristeza, não havia mais alegria, não havia mais carinho. Não havia mais nada.

A pedra palpitava dolorosamente. Era a pior escolha, e jamais levaria a luz alguma.

Mas ele não havia escolhido a luz. O caminho árduo e justo não tentava mais. Na destruição que ele causou, percebeu-se o êxtase. E cada vez querendo mais, deitou-se e aproveitou o calor.
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